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Os oceanos e o combate às alterações climáticas

Maria De Fátima Filipe

As inundações recentes em várias regiões de Espanha, provocadas pela tempestade DANA trouxeram à tona o impacto devastador das alterações climáticas na vida das pessoas. Cidades inteiras foram submersas, causando perdas humanas, destruição de propriedades e graves danos nas infraestruturas.

Este tipo de evento causado pelo aquecimento acelerado dos oceanos, tem um impacto significativo no aumento da frequência e intensidade de tempestades e tornados.

As cheias não apenas deslocaram milhares de famílias, mas também afetaram seriamente a economia local. O setor agrícola, crucial para muitas comunidades rurais, sofreu grandes prejuízos com a destruição de colheitas e pastagens.

Além disso, a interrupção de serviços essenciais como água potável, eletricidade e transporte complicou ainda mais a situação.

Hoje em Espanha, amanhã em Portugal?

Os oceanos cobrem aproximadamente 71% da superfície da Terra e armazenam uma grande quantidade de calor solar, agindo como um gigantesco regulador térmico.  Absorvem cerca de um terço do dióxido de carbono (CO₂) emitido pela atividade humana, ajudando a mitigar os efeitos do aquecimento global.

A acidificação dos oceanos pela absorção de quantidades crescentes de CO2, afeta negativamente os organismos marinhos, como os corais, molúsculos e alguns tipos de plâncton que são fundamentais nas cadeias alimentares marinhas.

Por isso a Conferencia das Nações Unidas sobre o clima que decorrerá em Baku, Azerbaijão de 11 a 22 de novembro, coloca a preservação dos oceanos no centro da estratégia de combate às alterações climáticas.

Em Oeiras, território com uma significativa orla costeira, o Papel dos Oceanos no Clima foi abordado numa simulação da COP – Conferencia das Partes da Convenção -Quadro das Nações Unidas por mais de 110 alunos do ensino secundário de oito escolas públicas e duas privadas que encheram o auditório da Náutica Infante D. Henrique, em Paço de Arcos, no passado dia 17 de outubro.

Na agenda:

  1. Estratégia de combate às alterações climáticas através da preservação dos oceanos;
  2. Papel das novas tecnologias para uma gestão sustentável dos oceanos
  3. Regulamentação e cooperação internacional na proteção dos oceanos.

Esta iniciativa promovida e coordenada pela vereadora do Partido Socialista, Filipa Laborinho, teve uma extraordinária e entusiástica adesão de alunas e alunos do nosso concelho que se envolveram na preparação e discussão desta agenda.

Dos 22 pontos da resolução final, aprovada por maioria,  que será levada à COP no Azerbaijão, destacamos a “responsabilização penal de governos e setor privado que tenham comportamentos prejudiciais para os oceanos e a sua biodiversidade” e o “reforço de parcerias e sinergias entre governos de países com orla costeira, organizações regionais, comunidade cientifica com o cruzamento de conhecimento tradicional com vista à capacitação dos atores relevantes e conjunto da comunidade para uma gestão sustentável dos oceanos”.

A tragédia das inundações em Espanha, vem, pois, lembrar-nos de que devemos ser humildes perante a natureza, e que o aquecimento dos oceanos é um claro sinal de que a crise climática é uma realidade que se impõe e à qual já não podemos fugir, e que necessita de ações imediatas e coordenadas, através de regulamentações mais rigorosas, cooperação internacional e o uso de novas tecnologias, para mitigar os impactos e construir um futuro mais sustentável e resiliente para todos.

Está de parabéns a nossa vereadora Filipa Laborinho que não desistiu do propósito de colocar na agenda do município esta problemática tão decisiva para as nossas vidas, todas e a todas os que a acompanharam, serviços municipais, parceiros públicos e privados, bem como aos alunos e professores das escolas do concelho, que tornaram possível esta COP em Oeiras.

Maria de Fátima Filipe

Deputada à Assembleia Municipal de Oeiras do Partido Socialista