Filipa Laborinho assinalou também com a edição do livro “Abril sempre novo. O sonho das mulheres sempre presente” os 50 anos do 25 de Abril que assinalam também meio século de uma luta das mulheres portuguesas por direitos, por igualdade, por liberdade.
Esta luta, embora preexistente ao golpe de 1974, “ganhou nesse momento um novo fôlego e abriu um caminho que, ainda hoje, continuamos a percorrer“, afirmou Filipa Laborinho na apresentação de uma nova obra.
Antes da Revolução, segundo Filipa Laborinho, as mulheres viviam sob o peso de um regime que as queria “caladas e submissas“, impondo “fortes restrições aos direitos das mulheres“.
A realidade, tanto em Oeiras “como em tantos outros lugares do país”, incluía “poucas oportunidades de estudo, dependência legal dos maridos, salários injustos, e uma ausência total de participação política“, com a “repressão política e a censura” a impedirem a livre expressão e organização.

Mesmo assim houve resistência, com mulheres como Catarina Eufémia, Maria Barroso (impedida de exercer como atriz), ou “As Três Marias” a desafiar o sistema.

O 25 de Abril representou um “ponto de viragem”, abrindo “caminho para a sua emancipação e participação ativa na sociedade“.
Após a Revolução, as mulheres “ganharam um novo fôlego e começaram a reivindicar os seus direitos e igualdade de oportunidades“.
De acordo com Filipa Laborinho, as mulheres tornaram-se “pilares da vida coletiva“, estando “na linha da frente na construção da democracia local, nos sindicatos, nas escolas, nas associações de moradores, nas comissões de utentes“.
Esta participação, nas palavras de Filipa Laborinho, contribuiu para se ter hoje “escolas abertas à igualdade, centros de saúde com cuidados para todas, bibliotecas com nome de mulheres escritoras, ruas onde se pode marchar sem medo, e assembleias onde as mulheres já não estão em minoria“.
Figuras como Maria Barroso e Natália Correia destacaram-se na defesa dos direitos e da liberdade.
Neste contexto, a obra “Abril sempre novo. O sonho das mulheres sempre presente”, elaborado em conjunto com o Movimento Democrático de Mulheres (MDM) e inserida nas celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, surge como um contributo essencial.

O livro é simultaneamente “memória, celebração e compromisso“, descreveu Filipa Laborinho. Ele “dá voz a essas mulheres — às figuras históricas, como Maria Barroso ou Natália Correia, mas também às muitas mulheres anónimas“, disse Filipa Laborinho.
A obra é um “testemunho da coragem e da determinação” daquelas que lutaram, “rompendo com os grilhões do passado e abrindo caminho para um futuro de emancipação e igualdade“.
Contudo, a mensagem principal, realçada por Filipa Laborinho, é que “ainda há tanto por fazer“. A Vereadora do Partido Socialista lembrou que a “igualdade não é um ponto de chegada, mas um processo contínuo, que exige vigilância, ação e coragem“.
Filipa Laborinho sublinhou que “O sonho das mulheres continua presente, porque a realidade ainda não o alcançou por inteiro“.
Por isso, “é urgente continuar a lutar por salários iguais, por respeito nos locais de trabalho, por justiça nas famílias, por mais mulheres na política, e por uma sociedade onde nenhuma mulher seja deixada para trás“, concluiu Filipa Laborinho.
A obra funciona assim como “um testemunho do passado, uma inspiração para o presente, e um convite para o futuro“.